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A correria do dia a dia está cada vez mais generalizada e acentuada. Ainda que algumas pessoas não consigam trabalhar, na sua maioria por não terem feito o habito do trabalho, como acontece na leitura, outros já não se contentam com o normal de oito horas diárias recomendadas pelos tratados internacionais. São muitos os trabalhadores que espontaneamente praticam horas extras habituais, que trabalham fazendo serões, que trabalham em feriados e domingos. Alguns, principalmente das classes dos profissionais liberais, já não se contenta com único emprego e uma única profissão.
Naturalmente, essa correria enlouquecedora, de alguns para satisfação das primeiras necessidades, de outros para satisfação do sonho do carro novo ou da casa própria, está levando profissionais a uma carga excessiva e estressante de trabalho.
Dosar e encontrar a carga de trabalho abalizada para cada pessoa é complexo, porque as pessoas são diferentes, porque umas atividades são mais desgastantes e estressantes do que outras e porque o trabalho aliado aos seus resultados também produz satisfação que, por si só, eleva o moral e o estado de espírito do trabalhador e do empreendedor e serve como relaxante.
Ha não muito tempo um amigo bastante crítico, mas também muito experiente, dizia que conviveu com certo empresário, exemplo de empreendedor e homem de atitudes arrojadas, mas que o mesmo não conseguia parar de trabalhar. Contou-me ainda que certa feita esse empresário havia adoecido e baixado hospital, de onde, ainda que sobre o leito, em meio a tubos de oxigênio enrolavam-se celulares e anotações das comunicações e informações de negociações, mas ao ter alta hospitalar havia fechado dois negócios de importantes.
A subjetividade do tema tem se prestado para o debate, principalmente daqueles que bem serve o chapéu. Normalmente, o mais desocupado, mesmo defendendo o seu jeito de ser, dá azo para aquele que não consegue impor limites nas suas próprias atividades o qualificar como ocioso, sem, no entanto, escapar da pecha de materialista.
Refletir sobre carga de trabalho sua importância e suas consequencias, sobre os elevado índice de pessoas ociosas, de pessoas tristes ou de pessoas que estão acometidas pela doença do século, a depressão, parece ser fundamental nestes novos tempos. Já apontar quem está certo ou quem está errado seria como ditar conduta ética e antiética em um assunto subjetivo e prioridades particulares. Mas, refletir sobre sua importância e o mais cedo possível ampliar nossos horizontes sobre o tema, por certo é indispensável, porque pior do que estar equivocado no seu jeito de ser e de pensar é ser eternamente um errante.
Hoje as diretrizes bíblicas, mais na prática dos católicos, recomendam aos cristãos que priorizem a família e o seu próprio espírito e, por isso mesmo, se tempo lhes faltar que seja cortado da carga de trabalho e não do tempo priorizável.
Com isso, no mínimo, devemos concluir que nos convém continuarmos refletindo sobre o tema, quem sabe assim contribuiremos de forma eficiente para as gerações futuras.
Por: José Walter M. Lopes. |
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